terça-feira, 26 de junho de 2012

CULTIVO DE ROTÍFERO


Por mais de 100 anos foram considerados como uma praga para a aqüicultura, no Japão. No verão ocorriam “blooms” de rotíferos, fenômeno denominado mizukawari, que deplecionavam os estoques de microalgas e diminuíam muito o teor de O2 dos tanques, gerando problemas para os produtores de enguias.
Somente na década de 60 que ITO verificou a possibilidade de utilizar esses organismos para a alimentação de larvas de peixes marinhos, transformando o “problema” em uma das mais importantes descobertas, e contribuindo sobremaneira para o início da produção industrial de peixes,  pela possibilidade de aumento da oferta de alevinos.
 Espécies mais cultivadas
·         Brachionus plicatilis (água salobra) – tipo L
·         Brachionus rotundiformis (água salobra) – tipo S
·         Brachionus calyciflorus (água doce)

Vantagens
F Tamanho pequeno (tipo L 130-340mm, e tipo S 100 - 210mm)
F Ciclo de vida curto
F Movimentação lenta
F São cosmopolitas e apresentam resistência às variações das condições ambientais
F Valor nutritivo adequado e com possibilidade de atuar como bio-cápsulas
F Possibilidade de utilização para larvas de peixes marinhos e de água doce
F Taxa de fertilidade alta (em cond. ótimas, em 24 horas a população pode dobrar)
F Reprodução assexuadamente (partenogênese) ou sexualmente (com formação de ovos de resistência)
F Alta digestibilidade
F Capacidade de sobreviver em densos agregados (média 300 - 500/mL)
F Facilidade de obtenção e de cultivo em larga escala
F Possibilidade de cultivo em água salinizada com NaCl
F Hábito não predativo
F Não produz toxinas

 Exigências

­  Temperatura (20°-30°C)
­  Salinidade (10 a 25‰)
­  Amônia (NH3 é mais perigosa e não deve exceder  0,5 - 1,0 mg/L)
­  pH (próximo a 7,5)
­  Oxigênio dissolvido (3 a 8 ppm, porém suportam concentrações de até 2 ppm)
­  Aeração fraca e constante
­  Cuidados com contaminações por bactérias, ciliados e vírus.


Alimentação – filtradores
v  Microalgas (10 – 20 x 106 células/mL)
v  Leveduras (Saccharomyces cerevisiae, Candida sp, etc.)
v  Fungos
v  Bactérias
v  Dietas artificiais

Tipos de cultivo

a  Colheita total (“batch cultivation”)
a  Cultivo semi-contínuo

Cultivo de rotíferos

N  Manutenção dos inóculos (0,5 -1,0 L, salinidade 18-20‰, temperatura 25-28°C, fotoperíodo de 10-12 horas/luz, alimentação com levedura 0,5g/106 rotíferos – 2 vezes ao dia, renovação semanal do meio de cultivo);
N  Cultivos intermediários (5 a 150 L, salinidade 10 a 20‰, aeração fraca e constante, alimentação com levedura 1,0g/106 rotíferos – 3 vezes ao dia, renovação e aumento periódico do meio de cultivo);
N  Cultivos em larga escala (500 a 10.000 L, vários pontos de aeração)

Obs. Adição de microalgas melhora a qualidade da água dos cultivos e dos próprios rotíferos.
          Volume do inóculo é importante para garantir rapidez no desenvolvimento da população de rotíferos. 
ETAPA 1 – Inoculação do cultivo
1. Preparo do tanque
- Instalar a aeração
- Encher o tanque com o meio de cultivo, clorar e neutralizar
2. Inoculação
- Inocular 200 rotiferos/ml
3. Alimentação
- Alimentação: 1g de levedura de pão para cada 1 milhão de rotíferos + Microalgas
ETAPA 2 – Manutenção do Cultivo (1 – 6 dia)
- Estimar a quantidade de rotíferos no tanque: contagem de várias amostras
de 100μl
- Calcular a quantidade de alimento para cada dia
- Preparação alimento
- Alimentar 4 a 6x/dia
ETAPA 3 – Colheita dos Rotíferos (4 ou 6 dias)
-Se divide a colheita em duas partes:
-20% se inocula um novo cultivo
-80% Utiliza para alimentar as larvas de peixes

O cultivo dos rotíferos é realizado utilizando como alimento a levedura de padeiro, e esta
é pobre do ponto de vista nutritivo, particularmente em ácidos gordos poli-insaturados
da cadeia n-3, indispensáveis ao desenvolvimento das primeiras fases larvais de muitos
peixes marinhos.
Bioencapsulação
Torna-se, portanto, necessário o aperfeiçoamento das técnicas de cultivo secundário
Fornecimento dos ROTÍFEROS às larvas de peixes
(bioencapsulação) que permitem ultrapassar estas deficiências, através do enriquecimento
dos rotíferos com produtos de elevado teor em compostos considerados essenciais,
durante um período geralmente inferior a 24h e imediatamente antes de serem
fornecidos como alimento para as larvas.
Após a bioencapsulação são retirados através de um filtro de 55μm ou 80μm. Dentro do
filtro são abundantemente lavados com água salgada para retirar os restos do alimento,
bactérias e produtos do metabolismo. Após a lavagem são concentrados, contados e
fornecidos aos tanques para alimento das larvas.

                                                  Brachionus calyciflorus
 
brachionus plicatilis



brachionus rotundiformis



















2 comentários:

  1. Olá Carlos você tem rotíferos de agua doce ai?

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  2. boa noite
    vc acha que start de rotiferos consegue chegar vivo ao rj
    vindo de onde vc mpora?

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