sexta-feira, 20 de junho de 2014

Maré vermelha

O fenômeno da maré vermelha

O fenômeno Maré Vermelha é provocado pelo desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da população de certas algas tóxicas, principalmente as dinoflageladas Gonyaulax catenella.
Contudo, a ocorrência desse evento não condiz com sua denominação, visto que a coloração da água na superfície do mar pode variar, e para dissociar tal acontecimento natural à pigmentação, comumente avermelhada, mas também com tonalidade marrom, esse pode ser denominado, com mais coerência, por apenas “floração de algas nocivas”.
As causas relacionadas a esse acontecimento são as seguintes: alteração na salinidade, oscilação térmica da água e excesso de sais minerais decorrentes do escoamento de esgoto doméstico nas regiões de estuário, alterando as condições abióticas da zona pelágica (de 0 a 200 metros de profundidade), consequentemente afetando o comportamento das espécies planctônicas.
A acelerada reprodução e aglomeração das algas dinoflageladas, com proporcional extenuação (morte) das mesmas, desencadeiam um efeito catastrófico na fauna aquática local, liberando substâncias tóxicas em alta concentração, capaz de envenenar a água e os organismos ali viventes, por exemplo, a morte em larga escala de peixes e moluscos. Em geral, os organismos filtradores são os mais atingidos.
Outro aspecto evidente é o bloqueio efetuado pela camada de algas, impedindo a incidência e passagem de luminosidade, atenuando o processo fotossintético com diminuição dos níveis de oxigenação da água.
No ser humano pode causar danos à saúde (diarreia, problemas respiratórios e circulatórios), caso seja contaminado pelas toxinas ingeridas através do hábito nutricional, com acúmulo de substâncias nocivas em tecidos de animais marinhos (ostras, camarões e peixes) que servem de alimentos ao homem. Além de prejuízos econômicos, relativos à produtividade pesqueira.
Intoxicação pela maré vermelha
Uma das toxinas liberadas por alguns dinoflagelados é conhecida como saxitoxina. Trata-se de um sal hidrossolúvel que ataca o sistema nervoso humano e, por isso, é classificado como uma neurotoxina. The New Encyclopædia Britannica afirma que as “toxinas liberadas na água irritam o sistema respiratório humano”. Já houve casos em queresorts à beira-mar tiveram de fechar as portas porque a rebentação das ondas liberou no ar toxinas de marés vermelhas.
Gosta de frutos do mar? Bem, as marés vermelhas podem tornar venenosos os moluscos que se alimentam de dinoflagelados. A revista Infomapper diz que ‘moluscos bivalves e outros, como ostras, mexilhões e mariscos, são os mais perigosos porque agem como filtros do mar e absorvem mais toxinas que os peixes’. Mas “peixes, lulas, camarões e caranguejos . . . talvez ainda sejam seguros para o consumo humano”. Por quê? As toxinas da maré vermelha se acumulam no intestino desses, o que em geral é removido durante a preparação para consumo.
Mesmo assim, se você souber que os frutos do mar — em especial moluscos — vêm de regiões contaminadas por marés vermelhas, é bom ter cuidado. Eles podem causar uma doença conhecida como intoxicação paralítica por molusco (PSP). Se ingerir toxinas produzidas pela maré vermelha, você possivelmente sentirá os primeiros sintomas dentro de 30 minutos. A tabela acompanhante alista alguns deles. Se não for corretamente tratada, a PSP pode levar a parada respiratória e morte.
Ainda não existe antídoto para a intoxicação pela maré vermelha. Mas algumas medidas de emergência têm ajudado. Faça o paciente vomitar para remover as toxinas do estômago. Pode-se fazer também uma lavagem gástrica usando tubo estomacal para eliminar o veneno. Em alguns casos, é necessário respiração artificial. Nas Filipinas, alguns acham que beber leite de coco com açúcar mascavo ajuda as vítimas a se recuperar mais rápido.
A solução
Atualmente, não temos muito controle sobre as marés vermelhas. Mas muitos acreditam que usar menos fertilizantes químicos e menos pesticidas — evitando assim que sejam levados para o mar — poderia reduzir o problema. Impedir que lixo industrial e dejetos humanos sejam jogados no mar e nos rios também ajudaria. Outro método seria livrar as áreas costeiras de possíveis fontes de nutrientes que pudessem fazer os dinoflagelados se multiplicar.
Enquanto isso, alguns governos acompanham a situação de perto. Nas Filipinas, por exemplo, um órgão do governo inspeciona regularmente os moluscos para garantir a qualidade para os mercados local e internacional. No fim das contas, porém, somente o Criador será capaz de eliminar os efeitos nocivos que a maré vermelha causa à humanidade.
[Nota(s) de rodapé]
Embora nas Filipinas as marés vermelhas estejam ligadas diretamente ao problema de intoxicação paralítica por molusco, alguns especialistas dizem que esse não é necessariamente o caso em todos os países onde ocorrem marés vermelhas.
Sintomas da intoxicação pela maré vermelha
 1. Sensação de formigamento ou queimação nos lábios, nas gengivas e na língua
 2. Dormência e formigamento no rosto, que se espalha para outras partes do corpo
 3. Dor de cabeça e tontura
 4. Sede intensa e hipersalivação
 5. Náuseas, vômitos e diarreia
 6. Dificuldades para respirar, falar e engolir
 7. Dores nas articulações e vertigens
 8. Pulso acelerado
 9. Fraqueza muscular e falta de equilíbrio
10. Paralisia do corpo



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