domingo, 5 de janeiro de 2014

caranguejo Uca cumulanta

Uca cumulanta

Caranguejo Uca – Uca cumulanta

Nome em português: Caranguejo Uca, Chama-maré, Caranguejo Violinista
Nome em inglês: -
Nome científico: Uca cumulanta Crane, 1943
Origem: Costa atlântica tropical da América Central e do Sul 
Tamanho: carapaça com largura de 1,2 cm
Temperatura: 22-30° C
Salinidade: tolerante a variações
Reprodução: primitiva, larvas se desenvolvem no mar
Comportamento: pacífico
Dificuldade: fácil
Apresentação

Uca cumulanta é uma das três espécies brasileiras de Leptuca, violinistas pequenos e coloridos. Dentre os Ucas brasileiros, tem distribuição mais ao norte, não sendo encontrado em climas frios.
Etimologia: Uca tem uma etimologia bem interessante, explicada no artigo principal. E cumulanta vem do latim cumulus, “pilha, massa, excedente”, segundo o artigo original da Dra. Crane, é uma referência ao hábito deste caranguejo de construir montes de lama junto às suas tocas.



Distribuição geográfica de Uca cumulanta. Imagem original Google Maps; dados de Melo GAS 1996 e demais referências.

Origem e habitat 
            É uma espécie atlântica essencialmente tropical, não sendo encontrada nos estados mais ao sul. Ocorre desde a América Central (Jamaica e Panamá) até o Brasil, onde mostra uma distribuição disjunta,  bastante comum nos estados mais ao norte (AP a PB), e foco isolado no centro-sul do Rio de Janeiro (Cabo Frio a Paraty).
            Seu habitat típico é nas praias lodosas entre manguezais. Ocorre em locais intermediários, entre a floresta e o litoral, em terrenos lodosos. É uma espécie eurihalina, adaptando-se a diferentes salinidades, mas mostra preferência por ambientes meso a oligosalinos.
            Costumam ser simpátricos com o Uca maracoani e o Uca thayeri, assim como estas espécies, habitando terrenos alagados entre as linhas da maré alta e baixa.
Aparência
Ao contrário das outras duas espécies de Leptuca brasileiros (U. leptodactyla e U. uruguayensis), esta espécie não apresenta mudança na coloração dos machos para exibição. Possui carapaça de cor brilhante ou iridescente, em tons de verde ou azul, ao menos na sua porção anterior. A cor varia entre as populações, desde verde-garrafa até turquesa claro. O restante da carapaça pode ser manchado ou marmóreo em tons mais claros e escuros. 
Como os demais Leptucas, sua carapaça é convexa, mas sem o aspecto semi-cilíndrico das duas outras espécies. Suas margens diferem dos dois outros Leptucas, com margem antero-lateral mais longa e reta, com ângulo bem definido separando-a da margem póstero-dorsal.
A garra maior do macho com mero marrom externamente, e avermelhado ou marrom-avermelhado na face interna. A mão externa é o marrom amarelado, palma azulada ou amarelada, dedos são claros, brancos ou amarelados, mas eventualmente rosados na base e ponta. Pernas ambulatórias avermelhadas ou marrom-avermelhadas, podendo ter faixas em tons de cinza. Fêmeas de cores embotadas.
Das espécies brasileiras de Uca, o U. leptodactyla e o U. cumulanta são as duas únicas que constroem ornamentações em forma de “capuz” na entrada das tocas. Só são construídas esporadicamente por parte dos machos em exibição.

Uca cumulanta no Parque Nacional Laguna de La Restinga, Isla de Margarita, Venezuela. Foto gentilmente cedida por Diana Liz Duque Sandoval. A primeira imagem do artigo também é de sua autoria.

Peculiaridades na manutenção em aquaterrários
Uca cumulanta é eventualmente vista á venda no comércio de animais, por ser uma espécie com belo colorido, e relativamente adaptável a menores salinidades. Porém, não vive bem a longo prazo em água doce, morrendo em questão de semanas ou meses. Dadas condições adequadas, pode ser criada com sucesso em paludários salobros.

Bibliografia:
  • Melo GAS. Manual de Identificação dos Brachyura (caranguejos e siris) do litoral brasileiro. São Paulo: Plêiade/FAPESP Ed., 1996, 604p. 
  • Crane J. 1975. Fiddler crabs of the world. Ocypodidae: Genus Uca. New Jersey: Princepton University Press, 736p.
  • Thurman CL, Faria SC, McNamara JC. The distribution of fiddler crabs (Uca) along the coast of Brazil: implications for biogeography of the western Atlantic Ocean. Marine Biodiversity Records 01/2013; 6:1-21.
  • Bezerra LEA. The fiddler crabs (Crustacea: Brachyura: Ocypodidae: genus Uca) of the South Atlantic Ocean. Nauplius 2012; 20(2): 203-246. 
  • Koch V, Wolff M, Diele K. Comparative population dynamics of four fiddler crabs (Ocypodidae, genus Uca) from a North Brazilian mangrove ecosystem. Marine ecology. 2005, vol. 291, pp. 177-188. 
  • Masunari S. Distribuição e abundância dos caranguejos Uca Leach (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae) na Baía de Guaratuba, Paraná, Brasil. Rev. Bras. Zool. 2006, vol.23, n.4, pp. 901-914. 
  • Bede LM, Oshiro LMY, Mendes LMD, Silva AA.. Comparação da estrutura populacional das espécies de Uca (Crustacea: Decapoda: Ocypodidae) no Manguezal de Itacuruçá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Bras. Zool. 2008, vol.25, n.4 pp. 601-607. 
  • Crane J. Crabs of the genus Uca from Venezuela. Zoologica. 1943; 28: 33-34. 
  • http://www.fiddlercrab.info/



 
Agradecimentos especiais à bióloga venezuelana Dra. Diana Liz Duque Sandoval pela cessão das fotos para o artigo.
Fonte: planeta invertebrados


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