domingo, 5 de janeiro de 2014

Caranguejo Uca – Uca mordax


Caranguejo Uca – Uca mordax

Nome em português: Caranguejo Uca, Chama-maré, Caranguejo Violinista
Nome em inglês: -
Nome científico: Uca mordax 
(Smith, 1870)
Origem: Costa atlântica das Américas
Tamanho: carapaça com largura de 2,6 cm
Temperatura: 20-28° C
Salinidade: baixa 
Reprodução: primitiva, larvas se desenvolvem no mar
Comportamento: pacífico
Dificuldade: fácil
Apresentação

Uca mordax é uma espécie bastante comum de Violinista, provavelmente é a espécie mais comumente vista nas lojas de aquários, vendida como um invertebrado para aquários de água doce. Habitante de ambientes de baixa salinidade, isto explica o relativo sucesso na manutenção destes animais em aquários de água doce.
Etimologia: Uca tem uma etimologia bem interessante, explicada no artigo principal. E mordax vem do latim mordere (morder).



Uca mordax macho, comprado em uma loja de animais em São Paulo, SP. Fotos de Walther Ishikawa.


Visão ventral do mesmo macho, note o abdomen estreito. Foto de Walther Ishikawa.

Uca mordax fêmea, comprada em uma loja de animais em São Paulo, SP. Foto de Walther Ishikawa.


Distribuição geográfica de Uca mordax. Imagem original Google Maps; dados de Melo GAS 1996.

Origem e habitat
            É uma espécie com ampla distribuição geográfica, em climas tropicais, subtropicais e temperadas das Américas, na sua costa atlântica. São encontradas desde Belize até o sul doBrasil (Rio Mampituba, Torres, RS).
            É a espécie mais oligohalina dentre os Ucas brasileiros, encontrado em margens de manguezais e riachos, mas em regiões mais continentais, locais banhados por água praticamente doce, salinidade variando de 0 a 6%o. Habitam terrenos lodosos, constroem suas tocas acima do nível da maré.
           É a espécie de Uca dominante na região do Delta do Rio Amazonas, estados de AP e PA, correspondendo a quase 70% do total de caranguejos Uca desta região.    


Uca mordax macho, fotografado no Rio Uaçá, Oiapoque, AP. Foto gentilmente cedida por Fábio Maffei.

Uca mordax macho, fotografado na Lagoa Ana Jansen, São Luís, Maranhão. Fazia parte de uma grande população mista de Ucas, dividindo o ambiente com Uca vocator e Uca rapaxFoto de Walther Ishikawa.

Close na garra maior do macho, note o aspecto relativamente liso, com poucos tubérculos e granulações.  Foto de Walther Ishikawa.

Visão posterior do macho, mostrando o aspecto reto da margem dorsal do mero das últimas pernas. Foto de Walther Ishikawa.

Aparência
Uca mordax é uma das cinco espécies brasileiras de Minuca, com fronte bem larga, sua anatomia é muito semelhante ao Uca burgersi, sendo muito difícil sua diferenciação em animais de coleções zoológicas. Geralmente são maiores, com as garras maiores e dedos mais longos. Sua garra tende a ser mais lisa, com poucos tubérculos. 
Em animais vivos, geralmente sua diferenciação é simples, baseada na coloração, mais clara e desbotada do que o Uca burgersi. Sua carapaça é descrita pela Dra. Crane como "semelhante a ardósia", em tons de cinza claro, amarelado ou esbranquiçado, sem manchas bem definidas. A garra maior do macho é amarelada, exceto pelos dedos brancos. Pernas acastanhadas, ou eventualmente, de cor azulada pálida. O Uca mordax mostra uma mudança muito discreta na sua coloração para exibição.
Casal de Uca mordax em um paludário salobro. Fotos de Walther Ishikawa.

Peculiaridades na manutenção em aquaterrários

Uca mordax é a espécie mais comumente vista à venda nas lojas, em geral é vendido como sendo um animal aquático, e de água doce. Outras espécies também podem ser vistas à venda, inclusive misturadas, como o Uca burgersiUca rapax e Uca uruguayensis.
Por ser a espécie mais oligohalina (habitante de águas de baixa salinidade) dentre os Ucas brasileiros, sobrevive por um período relativamente longo em aquários de água doce, existem registros de manutenção desta espécie em água doce por no máximo um ano. Caranguejos Uca têm uma vida curta, inclusive na natureza, das espécies brasileiras, sabe-se que o Uca rapax vive somente 1,4 anos. Não se sabe se esta longevidade de um ano é natural do Uca mordax, ou se a sua sobrevida é comprometida pela manutenção em água doce, ao invés de água salobra de baixa salinidade.
 
Casal de Uca mordax em um paludário salobro. Fotos de Walther Ishikawa.
Bibliografia:
  • Melo GAS. Manual de Identificação dos Brachyura (caranguejos e siris) do litoral brasileiro. São Paulo: Plêiade/FAPESP Ed., 1996, 604p. 
  • Crane J. 1975. Fiddler crabs of the world. Ocypodidae: Genus Uca. New Jersey: Princepton University Press, 736p. 
  • Thurman CL, Faria SC, McNamara JC. The distribution of fiddler crabs (Uca) along the coast of Brazil: implications for biogeography of the western Atlantic Ocean. Marine Biodiversity Records 01/2013; 6:1-21.
  • Bezerra LEA. The fiddler crabs (Crustacea: Brachyura: Ocypodidae: genus Uca) of the South Atlantic Ocean. Nauplius 2012; 20(2): 203-246.
  • Koch V, Wolff M, Diele K. Comparative population dynamics of four fiddler crabs (Ocypodidae, genus Uca) from a North Brazilian mangrove ecosystem. Marine ecology. 2005, vol. 291, pp. 177-188. 
  • Masunari S. Distribuição e abundância dos caranguejos Uca Leach (Crustacea, Decapoda, Ocypodidae) na Baía de Guaratuba, Paraná, Brasil. Rev. Bras. Zool. 2006, vol.23, n.4, pp. 901-914. 
  • Bede LM, Oshiro LMY, Mendes LMD, Silva AA.. Comparação da estrutura populacional das espécies de Uca (Crustacea: Decapoda: Ocypodidae) no Manguezal de Itacuruçá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Bras. Zool. 2008, vol.25, n.4 pp. 601-607.
  • Crane J. Crabs of the genus Uca from Venezuela. Zoologica. 1943; 28: 33-34.
fonte: planeta invertebrados 

Nenhum comentário:

Postar um comentário